Adapte-se: O que aprendi...
Quando eu tinha 13 anos decidi a aprender a tocar violão. Fiquei impressionado quando fui em uma roda de violão de amigos (mais velhos) na praça do papa e o centro das atenções era o cara que tocava. Pensei: Também quero essa fama.
No outro dia comprei um violão e comprei umas revistinhas de músicas populares. Resolvi aprender sozinho. Lembro que a primeira música que tentei tocar insistentemente foi "Fio de cabelo". Tive uma dificuldade enorme para aprender. Mas com muito treino consegui em 6 meses tocar bem.
Tocava todo o tipo de música, de sertanejo a rock mas principalmente pop rock dos anos 80 como Paralamas, Legião, RPM, Engenheiros e etc, mas em especial Legião.
Conseguia tocar todas as músicas em todos os formatos possíveis e com arranjo original. Treinava horas e horas por dia. Naquele idade eu tinha tempo e com o passar dos anos a paixão pelo violão continuava mas a intensidade diminuiu devido a falta dele. O ato de tocar um instrumento musical (quem toca sabe o que estou dizendo) é praticamente uma terapia e relaxamento. Quando voce chega do trabalho ou tem um tempo vago é sempre prazeroso dedicar alguns momentos para a música.
Quando fui diagnosticado com Parkinson ainda não tinha muitos problemas em tocar, mas depois de algum tempo comecei a perder cordenação da mão esquerda, justamente a mão que define as notas.
Comecei a tocar apenas quando estava muito, muito bem.de coordenação. Muitas vezes passava por ele querendo tocar mas com receio de passar raiva.
Um dia de tanta dificuldade em trocar a mão de posição para mudar as notas, quebrei o violão. Foi aí que decidir parar. Desisti.
Não queria mais tocar. Mesmo porque se ainda conseguisse, como sou extremamente tímido,. se tocasse para um grande número de pessoas o meu nervosismo desencadearia uma tremedeira que possivelmente o violão não ficaria no meu colo.
Um certo dia indo para o trabalho com o meu carro comecei a ouvir uma música medieval. É isso mesmo pessoal, não sei porque mas gosto de música medieval instrumental. Sou apaixonado por essa época. Fiquei fascinado com a clareza com que cada instrumento se destinguia principalmente o som que vinha de uma possível pandeirola.
Dias depois estava na praia, debaixo de um quiosque quando ao meu lado um grupo de 5 amigos possuindo 2 violões e uma meia lua começam a tocar vários tipos de música, de POP a pagode. Era um acústico bem amador mas o som da meia lua deixou o som muito diferente, mais rico. Foi aí que acordei: Porque não comprar uma meia lua? É fácil de aprender, acompanha um violão e dá um som muito melhor em uma roda de amigos além é claro que eu posso tremer a vontade que isso vai fazer parte do ritmo. Ninguém vai perceber.
Ainda toco violão, lógico, com menos frequencia mas a minha paixão é outra agora. O que aprendi?
Adapte-se.
Não fique focado na tristeza de não conseguir fazer algo e sim em outras formas de direcionar o seu bem estar. Na evolução do mundo, aquele que se adaptou melhor, sobreviveu. Espero que com o Parkinson seja assim também.
Abraços.
No outro dia comprei um violão e comprei umas revistinhas de músicas populares. Resolvi aprender sozinho. Lembro que a primeira música que tentei tocar insistentemente foi "Fio de cabelo". Tive uma dificuldade enorme para aprender. Mas com muito treino consegui em 6 meses tocar bem.
Tocava todo o tipo de música, de sertanejo a rock mas principalmente pop rock dos anos 80 como Paralamas, Legião, RPM, Engenheiros e etc, mas em especial Legião.
Conseguia tocar todas as músicas em todos os formatos possíveis e com arranjo original. Treinava horas e horas por dia. Naquele idade eu tinha tempo e com o passar dos anos a paixão pelo violão continuava mas a intensidade diminuiu devido a falta dele. O ato de tocar um instrumento musical (quem toca sabe o que estou dizendo) é praticamente uma terapia e relaxamento. Quando voce chega do trabalho ou tem um tempo vago é sempre prazeroso dedicar alguns momentos para a música.
Quando fui diagnosticado com Parkinson ainda não tinha muitos problemas em tocar, mas depois de algum tempo comecei a perder cordenação da mão esquerda, justamente a mão que define as notas.
Comecei a tocar apenas quando estava muito, muito bem.de coordenação. Muitas vezes passava por ele querendo tocar mas com receio de passar raiva.
Um dia de tanta dificuldade em trocar a mão de posição para mudar as notas, quebrei o violão. Foi aí que decidir parar. Desisti.
Não queria mais tocar. Mesmo porque se ainda conseguisse, como sou extremamente tímido,. se tocasse para um grande número de pessoas o meu nervosismo desencadearia uma tremedeira que possivelmente o violão não ficaria no meu colo.
Um certo dia indo para o trabalho com o meu carro comecei a ouvir uma música medieval. É isso mesmo pessoal, não sei porque mas gosto de música medieval instrumental. Sou apaixonado por essa época. Fiquei fascinado com a clareza com que cada instrumento se destinguia principalmente o som que vinha de uma possível pandeirola.
Dias depois estava na praia, debaixo de um quiosque quando ao meu lado um grupo de 5 amigos possuindo 2 violões e uma meia lua começam a tocar vários tipos de música, de POP a pagode. Era um acústico bem amador mas o som da meia lua deixou o som muito diferente, mais rico. Foi aí que acordei: Porque não comprar uma meia lua? É fácil de aprender, acompanha um violão e dá um som muito melhor em uma roda de amigos além é claro que eu posso tremer a vontade que isso vai fazer parte do ritmo. Ninguém vai perceber.
Ainda toco violão, lógico, com menos frequencia mas a minha paixão é outra agora. O que aprendi?
Adapte-se.
Não fique focado na tristeza de não conseguir fazer algo e sim em outras formas de direcionar o seu bem estar. Na evolução do mundo, aquele que se adaptou melhor, sobreviveu. Espero que com o Parkinson seja assim também.
Abraços.
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