Um por todos...

Quando eu tinha 15 anos resolvi fazer um curso de datilografia. Isso mesmo meus queridos, datilografia. Sou desse tempo. Em uma pequena escola do bairro com duas pequenas salas. Compunha-se de 2 andares. Ao subir as escadas que levavam ao andar superior já se avistava aquelas mesas e cada um com a sua máquina de datilografar. Máquinas essas que você tinha de apertar o botão rígida e profundamente para que o mecanismo de aço movimentasse uma espécie de carimbo talhada em forma da letra escolhida, na qual você apertara e a mesma pressionava uma fita embebida de tinha preta e marcava a página. 

Fiz durante 4 meses o curso intensivo Plus de datilografia quando um certo dia cheguei no curso e a professora me falou:

- Rui, voce passou!!! Voce agora vai treinar na máquina digital.

Hooooooooooooooooooooooo

Fiquei impressionado, com os olhos radiantes.Estava agora com uma máquina de datilografar digital. Era uma arma em minhas mãos...heheehheh.

Mas eu era um adolescente muito dedicado. Na verdade eu me achava um lobisomen juvenil. (Se bem que hoje ainda me considero, um pouco mais velho, claro) mas isso é  uma história para outro dia. Quando começava alguma coisa tinha que fazer o melhor possível. Em pouco mais de 12 meses conseguia digitar mais de 450 toques por minuto sem olhar para o teclado ou para o vídeo e com apenas 3 erros.

Depois comecei a trabalhar digitando tarefas escolares para os outros. A internet começara e ainda não havia o google com tamanho banco de dados que hoje possui, então, era necessário que os trabalhos fossem pesquisados na biblioteca e levado para um digitador fazer os trabalhos, no caso eu. Conseguia tirar uns trocados com isso. Ficava até altas horas da madrugada digitando trabalhos alheios. Mas era bom,

Mas toda essa história é porque me perguntaram porque muitas das minhas mensagens de texto vem com caracteres repetidos. Por exemplo, quando escrevo alguma coisa na correria ou estou em dias ruins assssss mmmeennsagenssss saemmmm mmais ouuuu menosss asssim.

E na ânsia de responder a mensagem,  os meus dedos começam a ter vontade própria. E fazem uma confusão onde estão. É verdade. Se eu estiver no celular repetem várias letras, enviam mensagens sem terminar, deletam escritas e quando estou no notebook para apenas digitar umas duas frases os meus dedos se revoltam, criam um motim, fazem a sua anarquia e fecham as telas, abrem programas, adicionam barras de ferramentas...         mas enviar o email que eu preciso, isso eles não fazem.

Dessa forma tem dias que eu nem arrisco digitar no notebook para não passar raiva ou constrangimento.
Estou falando constrangimento pois as vezes a "mãozinha aqui da familia Adams" resolve fazer tudo por conta própria. Certo dia ao enviar o endereço de entrega que deveria ser:

- Rua Robertson Pinto Coelho

o endereço foi como:

- Roberrrttssonn Piinto n cu lho

Lógico, hoje mesmo estou com a medicação em dia e minha coordenação está legal. Posso digitar com prazer. Gosto quando isso acontece porque me dá prazer quando o meus dedos acompanham o meu raciocínio.

Então uma dica:
- Se você em algum dia não estiver bem, não arrisque a fazer coisas que você sabe que vão dar errado. Não procure se chatear, se entristecer.

Uma coisa amigos, é você enfrentar os problemas e outra bem diferente é você não se adaptar a realidade. Então conheça a sua realidade. E eu não vou dizer para você se adaptar a sua realidade e sim a sua realizada se adaptar a você, mas com bom senso e sabedoria, sabendo que se existe algum limite eles são superados aos poucos.

Seja determinado mas saiba perder com classe e se atreva pois a vida é muito para ser insignificante.

Mas não se esqueçam: leiam o email antes de enviá-lo. Essa sim é uma boa dica.

Abraços.


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